O rapper Oruam, um dos grandes nomes do trap nacional, preso na última quinta-feira (20/02) no Rio de Janeiro, acusado de direção perigosa. No entanto, a rápida reviravolta do caso levantou suspeitas. Poucas horas após sua soltura, ele anunciou o lançamento de seu aguardado álbum de estreia, intitulado “Liberdade”. Agora, fãs e críticos debatem se tudo não passou de uma jogada de marketing bem arquitetada.

A Prisão e a Fiança
A ajuda de Orochi na prisão de Oruam alimentou teorias sobre um golpe publicitário para promover o álbum. Coincidência ou não, a estratégia deu certo. O nome de Oruam dominou as redes sociais, elevando a expectativa pelo lançamento.
O Álbum “Liberdade” e a Polêmica da Capa
Logo após deixar a cadeia, Oruam divulgou a capa de seu novo álbum, “Liberdade”, gerando mais discussões. A imagem de destaque é uma foto de Marcinho VP, conhecido líder do Comando Vermelho e pai do rapper. A escolha dividiu opiniões: enquanto alguns viram a capa como um tributo à sua história pessoal, outros interpretaram como uma provocação e possível a apologia ao crime.
O álbum traz faixas que abordam a realidade das comunidades, os desafios da juventude periférica e o olhar do rapper sobre sua trajetória.Uma das músicas mais comentadas, “Madrugada é solidão”, parceria com Poze do Rodo, mostra Oruam se defendendo das críticas e reafirmando sua posição na cena musical
Lei Anti-Oruam: O Projeto que Quer Barrar o Rapper
Além da repercussão do álbum, Oruam também está no centro de um debate político. Na mesma semana de sua prisão, começou a tramitar no Rio de Janeiro um projeto de lei conhecido como “Lei Anti-Oruam”. Proposto pelos vereadores Talita Galhardo (PSDB) e Pedro Duarte (Novo), o projeto busca proibir a contratação, pelo município, de artistas que promovam apologia ao crime em suas músicas ou shows.
A iniciativa vista por muitos como uma tentativa de censura à cultura do rap e do trap, generos que historicamente dão voz às realidades da periferia. Outros, no entanto, defendem a proposta como uma medida necessária para evitar que figuras públicas influenciem negativamente o público jovem.
Não é a primeira vez que alguém sugere um projeto desse tipo no Brasil. Em Salvador, por exemplo, uma lei aprovada em 2019 impede a contratação de artistas que incentivem a violência ou exponham mulheres ao constrangimento em suas letras.
Veja o projeto inteiro que se encontra na página: Projeto Anti-Oruam
Reação de Oruam e da Cena Musical
Diante da polêmica, Oruam se manifestou nas redes sociais, afirmando que a música sempre foi alvo de perseguição. Segundo ele, criticam constantemente o funk, o rap e o trap, enquanto não censuram outros estilos musicais, mesmo quando abordam temas polêmicos.
“Sempre tentaram criminalizar o funk, o rap e o trap. Querem calar a nossa voz mas a favela nunca vai parar de cantar.” – declarou o rapper.
Outros artistas da cena, também se posicionaram em defesa de Oruam, destacando a importância do rap como uma poderosa forma de expressão e denúncia social.Para eles, proibir ou restringir certos artistas não é apenas problemático, mas um caminho perigoso que pode abrir portas para uma censura cultural que ameaça a liberdade criativa e o direito de falar sobre realidades marginalizadas.
Marketing ou Coincidência?
A grande questão que ainda divide a opinião pública é: a prisão de Oruam foi uma jogada de marketing ou apenas uma coincidência que ele soube aproveitar?
O fato é que, independentemente da resposta, o rapper não apenas conseguiu atrair os holofotes, mas também transformou seu nome no mais comentado da semana. Além disso, o álbum “Liberdade” já acumula milhões de reproduções nas plataformas digitais, reforçando ainda mais sua relevância.
Enquanto isso, o debate sobre a censura na música urbana segue cada vez mais intenso, levantando questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão no cenário artístico. Se foi estratégia ou não, o fato é que o impacto de Oruam na cena musical e na sociedade está cada vez mais evidente.
Diante desse cenário, surge a dúvida: como essa polêmica irá afetar sua carreira a longo prazo? Será que esse projeto será aprovado? e quais consequências o mundo da musica sofrerá?